sábado, 20 de março de 2010

A vida e a falta que ela faz

Bom, eu pretendia entrar e começar um assunto como quem deu uma saidinha e voltou, mas após um ano e quatro meses sem aparecer, isso demandaria uma cara de pau que eu sei que não tenho. Além do mais, relendo o que havia escrito antes me sinto na obrigação de finalizar o assunto.

Principalmente agora que o filme ficou pronto, que estamos com data marcada para lançá-lo e que a vida com toda suas diabruras de criança sem mãe, nos deu uma rasteira incompreensível, ou para ser mais claro, incomodamente compreensível.

Embora o sentimento acachapante do momento em que havia começado a escrever tenha se perdido um pouco, eis o que resta de tudo o que havia.

Eu falava de pieguismo, pieguice e a falta dela. Mas o que havia prá ser dito nesse sentido se foi com a raiva e com o tempo. Então vamos ficar no simples: foi um belo momento aquele encontro. Thiago leu um poema que o Nando havia escrito no hospital, escreveu um poema no seu próprio livro que ele havia comprado para o Nando e leu-o com a voz alta e possante de um guerreiro amazônico. Nando chorou a cada palavra lida e finalizou com uma gargalhada que só alguém que acredita que a vida vale mais do que se vê, pode dar.

Isso e mais uma centena de coisas - algumas felizmente registradas no filme, nos fazem crer que todas as vaidades, metáforas e alucinações pretensamente criativas não são absolutamente nada frente a sinceridade da vida.

Nando se foi e o filme de repente ficou pequeno, quase insignificante. Um grão de areia.

Uma poeira nesse universo imprevisível que brilha com uma intensidade sem igual.

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